terça-feira, 19 de julho de 2011




   A caridade em menor ou maior grau sempre esteve presente na humanidade! É bem claro, e não podemos negar que a caridade se tornou mais forte com o cristianismo, e vem desde antigamente com a frase que segundo a Bíblia Sagrada diz: “amai-vos uns aos outros”. Este é o princípio da caridade, amar e ajudar ao próximo.
    Deus ajudou a cada pessoa que por ele passou. Mostrou e nos deixou a lição de que a caridade é um bem que fazemos pros outros, e que o bem maior vem de retorno para nós! Com o passar dos séculos, a caridade não só foi praticada pela igreja. No meu ver, a igreja acabou se tornando em muitos casos, uma escola para a prática da caridade no mundo atual. Mas como todo e qualquer ser humano, tenho minhas dúvidas sobre a caridade na igreja. Sou católica batizada, cresci frequentando a igreja de Nossa Senhora Divina Pastôra com minha avó materna, e me batizei e fiz minha primeira comunhão na Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, no bairro onde ainda resido. Mas não tenho em memória, ter praticado, nem visto nenhum ato de caridade oferecido pela igreja, digo pelas que frequentei. Chega a ser uma contradição o que digo aqui. Ora digo que a igreja se tornou uma escola de caridade, ora digo que não acompanhei nenhum desses atos. Mas são minhas dúvidas, assim como qualquer pessoa pode ter, e peço ainda, se alguém aqui souber me responder e achar que estou errada, por favor me retifique! 
    Para não ser tão 'injusta' e seca, posso afirmar que a única coisa que conheço como caridade, é na igreja dos capuchinhos, que até alguns anos entregava pão para os mais necessitados. Isso ai é atitude caridosa. Mas continuo com uma dúvida que nunca consegui descobrir, ninguém nunca conseguiu me explicar e outra vez peço que se algum leitor desse texto souber, me explique! Por muitas vezes, em vários locais da cidade encontrei umas pessoas, mulheres, homens e até crianças vestidas com uma 'bata' marrom escuro, com um torsal (tipo de corda) amarrado na cintura, e um capuz que praticamente cobre o rosto inteiro, pedindo dinheiro nas ruas, nos sinais, e até em alguns estabelecimentos. O que me impressiona, é o semblante não tão animador dessas pessoas, a expressão é sempre tão triste! Não consigo entender, quem são eles? O que fazem da vida? Pra que usam o dinheiro que estão pedindo? Desculpa a minha pouca informação, se essa dúvida for só minha, mas se eles estão fazendo caridade, que Deus os proteja e abençoe! 
    Já que surgiram minhas dúvidas sobre determinada religião, vou falar do que eu realmente entendo quando falam em caridade! Sempre ouvi, frequentei, e continuo rezando, fazendo minhas orações, minhas preces, independente de religião. Mas desde quando eu tinha aproximadamente uns 10 anos de idade participei da evangelização de crianças, e não me lembro sequer de um momento ruim durante minha passagem por lá! Muito pelo contrário, melhorei bastante em todos os sentidos... principalmente comportamento, onde sempre fui muito 'danada', inquieta, não diria sem limites, mas com muita energia pra gastar sempre! Lembro do primeiro livro espírita que ganhei do painho e que li, eu tinha mais ou menos a mesma idade, uns 10 anos. O nome do livro era: "Não pise na bola" do autor Richard Simonetti, uma reunião de conselhos de orientação espiritualista para "perdidos" e desinformados sobre os mais variados assuntos, entre eles amor, casamento, família, comportamento, destino, profissão e saúde. Me iluminou bastante e me fez crescer como um colo de mãe! Alguns anos se passaram, eu meio que me afastei um bocado do espiritismo, não porque quis, foi natural. Assim como foi natural minha busca por ele no ano de 2010. Dizem que a gente só busca o que faz bem, quando precisa de ajuda. Foi mais ou menos o que aconteceu. Voltei a admirar, e estudar a doutrina espírita, e desse vez com muito gás. Sei que esse não é um assunto fácil para se tratar. Nem gosto de discutir, afinal, sempre que sai uma conversa sobre religião, prefiro ser café com leite, para não argumentar demais, e mesmo sabendo o que sei que estou falando, acabo me magoando ao ver a infantilidade, a falta de conhecimento de tantas pessoas! Daí lembro que é realmente falta de conhecimento, e respeito. Digo que um dia busque ao menos entender o que é o espiritísmo de Allan Kardec, que não é nada de candomblé, nem magia negra como a maioria costumar intitular. 
    É a partir daqui que começa meu entendimento por caridade. A caridade que conheci na doutrina espírita. Não querendo me engrandecer, mas sendo bastante sincera, e quem me conhece sabe, o quanto eu sempre quero o bem de todos, o quanto gosto de ajudar, o quanto me sinto triste ao ver uma pessoa pedindo alguma coisa na rua, uma senhora sem ter um teto, ou aquelas pessoas na chuva por não ter onde morar. Caridade, é você dá com a mão direita, sem que a esquerda veja. O conceito de caridade, é você ajudar ao próximo sem esperar nenhuma recompensa, senão a proteção divina para continuar fazendo aquilo! Me recordo bem, acho que no ano de 2000 uma forte chuca atingiu nossa capital Alagoana ( Maceió), deixando várias pessoas desabrigadas, eu era bem pequena ainda, e lembro como se fosse hoje a agonia, o desespero que era por toda a cidade! Eu fazia 5° série do ensino fundamental, e mobilizei todo o colégio que eu estudava, e outros colégios perto para arrecadar alimentos para os desabrigados. Lembro que o colégio ficou sem aula por um dia para que os professores acompanhassem os alunos pelos condomínios e casas, pedindo alimentos. E conseguimos muito graças a Deus. Não sei como, mas a imprensa ficou sabendo, e foi me procurar pra fazer uma matéria comigo, porque chamou a atenção deles minha idade, e o quanto eu consegui mobilizar. No dia que eles foram no colégio, eu tinha ficado em casa, porque perto da minha rua, foi um dos pontos mais atingidos pelas chuvas e mainha junto com umas amigas estavam fazendo sopa, e outros alimentos pra distribuir para as pessoas que graças a Deus conseguiram sobreviver. Enquanto os adultos faziam comida, eu e outras crianças estavam buscando alimentos, e quando a TV chegou pra me entrevistar no colégio eu não estava, a diretora explicou a situação, mencionaram meu nome como organizadora e outra menina deu entrevista! Enquanto tudo acontecia, a minha rua tava sombria, da varanda da minha casa no 1° andar eu via do vidro, muito assustada carros de polícia, bombeiros, e o que mais me apavorava era o carro do IML quando passava com os corpos. A tv era ligada pra acompanhar as notícias, e ao mesmo tempo assustava com o número de mortes. Foi tudo muito triste, mas pra quebrar o clima, teve uma pontinha de caridade! Sei que sozinha eu não conseguiria muito, e ainda assim consegui! Porque Deus ajuda, quem quer ajudar ao próximo, e eu sei que ele vai tá sempre perto do nosso grupo.
    Tem mais de 1 ano que faço parte de um grupo de pessoas, dispostas a ajudar a humanidade num geral. Aos domingos muito cedo, sai um grupo por toda a cidade distribuindo café da manhã, chá e pão para todos os moradores de rua. Nas datas comemorativas, como dia das mães, dia das crianças, saímos pela cidade distribuindo comida, brinquedos, roupas, produtos de higiene pessoal, e além de tudo isso, AMOR MUITO AMOR para essas pessoas que nos retribuem com o maior sorriso no rosto!
    Todas as maiores experiências de caridade que vivi foi no grupo do Centro Espírita. Que na verdade, acolhe todas as religiões, e todos estão convidados a conhecer. Temos palestras com Pastor, Padres, entre outros líderes religiosos, que conhecem o nosso trabalho, e sabem que além da doutrina o que importa mesmo é o que queremos fazer de bom pra sociedade, o bem que queremos passar, com as energias positivas que adquirimos fazendo caridade. A experiência é ímpar na vida de cada um de nós, cada pedaço de pão que distribuímos, recebemos um sorriso estampado no rosto de cada um, ai enxergamos a felicidade interior de cada um ali. Enxergamos muito mais, conseguimos ver o quanto eles se sentem amados! 
    Como quando chegamos em uma igreja no centro da cidade, tem várias pessoas esperando nosso café da manhã, e tem uma que sempre fica afastada, sentadinha, sempre muito arrumada, cabelo arrumadinho, sempre com a camisa de Nossa Senhora, sempre que chegamos, ela dá um beijo na gente, diz que a gente tá linda, e coloca na nossa mão uma bala de erva doce (que por sinal eu amo) , ela um  amor de pessoa sempre, e sempre com um sorrisão pra nos receber. Outra parada certa é na porta de um banco também no centro da cidade onde um grupo de aproximadamente 10 senhoras aguarda a nossa chegada, todas sempre alegres, e entre elas uma cantora, um talento, muito bem humorada e que é o nosso último ponto, e para a nossa despedida ela canta sempre ( como no vídeo que vou publicar aqui, ela cantando uma canção no dia das mães, emocionando a todos nós). Caridade é um ato de amor, e todos, todos nós devemos praticar. 

Doe um . Aqueles que não gostam de abraçar são os que mais precisam desse gesto de afeto! Abrace! 

Onde a maioria vive com a bondade, a maldade da minoria tende sempre a desaparecer. 19/07 Dia da 

São minhas poucas, ou tantas palavras sobre a caridade, em especial no seu dia. Deixo aqui meu pedido, e que se torne realidade, que todos, cada um de vocês, ao menos um pouco, pratique! 

- Que assim seja


(Marcella Lessa)



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